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Os bons exemplos multiplicados Brasil afora
Três iniciativas desenvolvidas no SUS em Pelotas serão apresentadas em Brasília
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Coordenado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o programa Acolhimento Referenciado a Adolescentes foi escolhido entre seis projetos da cidade e 500 inscritos de todo o Estado que englobam práticas na rede básica do Sistema Único de Saúde (SUS). As ações foram implementadas em setembro do último ano e abraçam as mais de 150 escolas da rede pública municipal, estadual, assistências e federal. Junto a outros dois projetos do município, ele será apresentado em Brasília, de 2 a 5 de julho, no 35º Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).
Com o tema Diálogos no cotidiano do SUS, o evento promoverá o encontro de mais de cinco mil congressistas, como gestores municipais de saúde e trabalhadores do SUS.
O programa foi escolhido para a 16ª Mostra Brasil, aqui tem SUS, espaço no qual mais de 500 trabalhos de todos os estados do país serão apresentados. De Pelotas, além do Acolhimento Referenciado, os projetos ArteCon P - Uma Conquista Intersetorial e População Transexual no Município de Pelotas - A Experiência do Grupo Multiprofissional serão apresentados.
O ArteCon P é uma iniciativa integrada com o Pacto Pela Paz, na qual um grupo de detentos do Presídio Regional de Pelotas (PRP) atua na manutenção via mão de obra de prédios mantidos pelo município. Já o terceiro é formado por uma série de estratégias que visa à população transexual da cidade. O recorte específico leva informações aos participantes em reuniões quinzenais, em assuntos como reposição hormonal, conhecida como hormonioterapia.
Só para os adolescentes
Encarando a dificuldade que muitos adolescentes têm em sanar, junto a um profissional, dúvidas relacionadas a saúde, proteção contra Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST's) e prevenção da gravidez, o serviço de acolhimento está presente em 42 das 50 Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município. Segundo a coordenadora do programa Saúde na Escola (PSE), Jacqueline Dutra, não há uma projeção de ampliação para as demais unidades. "Isso depende de algumas possibilidades, principalmente de recursos humanos", ela explica. Visto que os oito postos de saúde são de atendimentos convencionais, o quadro de funcionários é menor.
Um dos principais objetivos do atendimento específico para os jovens é formar um elo entre os postos de saúde, os jovens de 12 a 18 anos e as escolas, a fim de mantê-los informados sobre os temas que cercam a adolescência. A criação de um laço de confiança entre os pacientes e os profissionais de cada unidade é essencial para o funcionamento do projeto.
É dentro de uma sala de apoio da Emef Nestor Elizeu Crochemore que a enfermeira da unidade Vila Nova, Daniela Marcant, faz as consultas com os alunos dos 7º, 8º e 9º ano. "Nós acabamos criando uma amizade com eles", afirmou. Ela começou os trabalhos na escola em novembro. Flávia Radman, de 15 anos, fez parte do grupo de 65 alunos atendidos no último ano. Os assuntos no consultório improvisado foram variados: vacinas necessárias, peso adequado para a idade, uso de contraceptivos hormonais e vida sexual. "As consultas eram boas, ela sempre nos deixou à vontade para falarmos do que precisássemos", conta a estudante.
Já no ensino de nível Médio, ela parou o atendimento dentro da Emef, mas afirma: "sempre que preciso vou na UBS". São conquistas assim que o programa visa almejar. Manter os jovens conectados com a rede de saúde é a base do serviço. "É um público com uma característica diferenciada", comenta Jacqueline. Sendo assim, o contato precisa ser feito de formas diferentes do convencional. Exemplos como o de Flávia serão levados em julho ao Congresso Conasems.
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